terça-feira, janeiro 18, 2005

Algumas expressões estrangeiras relacionadas com o Livro

Contribuição do leitor João Rodrigues a quem muito agradeço:

aperto libro - latim
De livro aberto. Em qualquer parte aberta do livro.

doctus cum libro - latim
Sábio com livro. Diz-se dos que ostentam ciência livresca por serem incapazes de raciocinar.

ex libris - latim
Dos livros de. Fórmula que antecede o nome da pessoa ou entidade a que pertence o livro com essa inscrição.

habent sua fata libelli - latim
Os livros têm o seu destino. Aforismo de Terenciano Mauro, cuja obra permaneceu obscura durante muito tempo.

in fine - latim
No fim. Refere-se ao fim de um capítulo, parágrafo ou livro.

io non so littere - italiano

Não sou letrado. Palavras do papa Júlio II a Miguel Angelo que queria colocar um livro na mão da estátua desse papa. Este preferiu uma espada.

laus Deo - latim
Louvor a Deus. Frase que alguns autores colocam no final do livro como sinal de gratidão a Deus.

L. B. - latim
Ao leitor benévolo. Palavras ou abreviatura que se antepõe ao texto de um livro, como explicação preliminar; prefácio, proémio ou prefação.

loco citato - latim
No trecho citado. Referência, num livro, a um trecho anteriormente citado.

nihil obstat - latim

Nada obsta. Fórmula usada pelos censores eclesiásticos ao permitir a publicação de um livro.

otium cum dignitate - latim

Descanso com dignidade. Expressão de Cícero aplicada aos letrados de seu tempo que dispunham de recursos para levar uma velhice inteiramente dedicada aos livros.

prolem sine matre creatam - latim

Filho criado sem mãe. Epígrafe de Ovídio, que Montesquieu apôs no frontispício de um de seus livros, para significar que ele era inteiramente original.

timeo hominem unius libri - latim
Temo o homem de um só livro. Santo Tomás de Aquino empregou esta expressão para dizer que temia aquele que não tinha uma cultura vasta, mas era adversário temível quando se aprofundava no estudo de uma especialidade.

vade mecum - latim

Vai comigo. Diz-se dos livros de conteúdo prático e útil, e formato pequeno.
Os chamados livros de bolso.

vient de paraître - francês

Acaba de surgir. Usada no mercado de livros para anunciar as novidades literárias.

Nuno Gonçalves @ 2:30 da tarde  

quarta-feira, janeiro 12, 2005

Nomenclatura das Encadernações

Esta nomenclatura é utilizada com frequência pelos Livreiros Alfarrabistas nas descrições dos exemplares que disponibilizam para venda. Também para futuros "posts" me parece útil que esta nomenclatura esteja presente.


Partes do Livro APartes do Livro BPartes do Livro C



A - CABEÇA: Parte superior de um livro.
B - CABECEIRA: Extremos da lombada.
C - CASA: Espaço entre dois nervos da lombada.
D - CONTRA-GUARDA: Material que cobre a face interior da pasta e a folha de guarda. Em alguns casos, a Contra-Guarda é também a Folha de Guarda.
E - CORTE DIANTEIRO: Lado oposto à lombada.
F - GRAVAÇÃO: Elementos gravados no material que cobre as pastas e lombada do livro.
G - GUARDA: ou Folha de Guarda, é a folha que se coloca antes das folhas ou da capa original do livro a encadernar.
H - LOMBADA: Parte onde se encontram cosidos os cadernos do livro.
I/L - NERVO ou NERVURA: Nas encadernações antigas, eram o material onde se prendiam os fios da costura dos cadernos, atravessando a lombada e prendendo-se à encadernação. Modernamente os nervos são pequenos pedaços de cartão colocados sob o material que reveste a encadernação.
M - PASTA: Interior dos planos. Vulgarmente a Pasta é dado o mesmo sentido de Plano.
N - : Parte inferior do livro.
O - PLANOS: Lados da encadernação.
P - RÓTULO: Etiqueta colada na lombada, normalmente de cor diferente da encadernação, onde se inscrevem o nome do autor, título ou quaisquer outras indicações.
Q - SEIXA: Espaço ocupado pelo material da encadernação e que não é ocultado pela Guarda.
R - TALAGARÇA: Tecido de fios finos usado para consolidar o lombo dos livros depois de cosidos.
S - TRANCHEFILA: Reforço das extremidades do lombo, normalmente de uma tira de tecido.

Fonte: DIAS, João José Alves, Iniciação à Bibliofilia, Lisboa, Pró-Associação Portuguesa de Alfarrabistas, 1994, pp. 35-36

Nuno Gonçalves @ 2:42 da tarde